Crepúsculo ou o momento em que o céu no horizonte toma uma cor gradiente entre o azul do dia e o escuro da noite!
É o título do filme a que me dediquei a ver e a pensar sobre, este fim de semana.
Trata-se de uma película que especula sobre a hipótese de um Vampiro e uma Humana se apaixonarem. Tema bonito, obviamente sobre o amor, e que vale a pena rever, mas que me pareceu ter como pano de fundo o início da "Metamorfose" de Kafka.
O título remete-nos para a possibilidade de nada ser "preto ou branco", que existe uma panóplia de cores acinzentadas igualmente belas e igualmente com possibilidade de existirem no nosso espaço cósmico-afectivo.
Acima de tudo, o filme retrata o comportamento humano de aceitação das diferenças de cada um e por cada um de nós.
Descreve como é possível controlar aspectos menos adequados da nossa personalidade/temperamento, aceitando a frustração, quando existe um suporte social acolhedor e compreensivo para com esses mesmos aspectos.
Aponta para a curiosidade como qualidade do ser humano posta em nome do conhecimento que queremos ter acerca dos outros, de forma a tomarmos uma decisão sobre como iremos continuar a manter relação.
Revela que a ambição é uma característica positiva posta ao serviço do bem estar próprio e que adicionada a um narcisismo bem reforçado e adequado poder-nos-á levar muito longe no campo das relações humanas.
Vale a pena pensarmos que todas estas características (aceitação, controlo, curiosidade, ambição) frequentemente vistas como aspectos negativos do Homem são afinal características muito positivas e que em conjunto podem fazer com que uma pessoa viva mais feliz, mais atenta a si própria e aos outros, porque cada um destes deve ter o seu espaço na mente de todos... Pelo menos na minha mente, eu e os outros temos um espaço grande e equitativo, mas equilibrado, assim ninguém fica a perder. Se ninguém sentir que perdeu... tem mais tempo para sorrir... e vários a sorrir fazer um quadro bem mais bonito... Pelo menos no filme assim me pareceu!